segunda-feira, 31 de outubro de 2011

10.ª SEMANA DOS ARTISTAS

[PROGRAMA COMPLETO DA 10.ª SEMANA]



NOVAS FORMAS
DE ESCREVER, LER E DAR A CONHECER A LITERATURA

1 de novembro


18:00
Contar para viver - Tixa Amaral
19.00
Apresentação de videos e pequena exibição ao vivo- Vj Zayle

22:30
LER ALTO – leituras poética de autor – leituras simples e concurso de leituras com júri.
Se escrevem venham ler. Se não, venham ouvir e dar a vossa opinião. Se quiserem podem só ler, se quiserem podem também concorrer e habilitar-se a prémios. O Ler Alto de novo nos Artistas.
Júri: Carlos Campaniço, escritor; Diogo Costa Leal, poeta; Tiago Nené, poeta
Apresentador/organizador: Pedro Afonso, poeta.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

[LITERATURA NA 10.ª SEMANA DOS ARTISTAS]

NOVAS FORMAS DE ESCREVER, LER E DAR A CONHECER A LITERATURA

Sociedade Recreativa Artística Farense – Os Artistas

Rua do Montepio, nº 10

8000-300 Faro



Dias 1 e 3 de Novembro de 2011



É preciso não só dar a mostrar as novas formas em que a literatura se produz e se revela, mas também discuti-las.

Este é o ponto de partida, e por isso se oferecem vários espaços de espectáculo e participação e discussão, privilegiando a participação do público.



PROGRAMA



Dia 1 – terça

18:00 Contar o conto – Sara Monteiro conta contos de autor

19.00 Apresentação de videos e pequena exibição ao vivo- Vj Zayle



22:30 LER ALTO – leituras poética de autor – leituras simples e concurso de leituras com júri.

Se escrevem venham ler. Se não, venham ouvir e dar a vossa opinião. Se quiserem podem só ler, se quiserem podem também concorrer e habilitar-se a prémios. O Ler Alto de novo nos Artistas.

Júri: Carlos Campaniço, escritor; Diogo Costa Leal, poeta; Tiago Nené, poeta

Apresentador/organizador: Pedro Afonso, poeta



Dia 3 – quinta

18:00 Visualização do vídeo Fragmentação, de Nuno Fernandes com Rogério Cão e videos de Mauro Amaral

Seguido de Debate – As Novas Formas da Literatura –

Paulo Pires, programador do Departamento Sociocultural do Município de Silves/ projecto Experiment’arte; Tiago Marcos, poeta e músico; Isa Mestre, escritora; Nuno Fernandes e Rogério Cão; Adriana Nogueira, escritora e professora universitária – moderador Luís Ene, escritor e radialista

Discutem-se os microcontos e outras micro formas, os novos média (Internet, videogames, DVD, etc.) e os novos suportes físicos para a escrita (ecrãs de telemóvel e de computador, Twitter), os novos poetas “performers”, os livros electrónicos e os audio-livros, os blog literários e o mais que vier a propósito, tentando apontar e problematizar as novas formas de a literatura se produzir e mostrar.



22:00 - Espectáculo SOM COM TOM – Uma visita poética e sonora pelo imaginário do ambiente de café.

leitura de textos de autor com música ao vivo – CAFÉ CURTO

escritor e leitor: Luis Ene; músicos: José Matos e Carlos Norton

(participação de actores do Grupo de Teatro Sincera)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PASSA A PALAVRA

REWIND


Se sentes
pressentes

que as palavras
já não te dizem

então cala-te
silencia-te

não digas mais
nada

ignora as palavras
que se dizem no silêncio

despe-te de tudo o que
está escrito em ti

há tempo demais
vezes demais

até nada mais
significar

só então
só então

no branco da folha
assim conseguida
do teu ser

começa de novo
a escrever

começa de novo
a escrever-te



sábado, 22 de outubro de 2011

POESIA EM FARO

Nasceu em Faro e está a recrutar autores.

Célula.Rubra

 

Revista Poética de Faro

SEM PALAVRAS

[para o Rogério, mas também para o Tiago e para o Diogo]

inspiro e expiro
num movimento contínuo
que me afasta
e me aproxima
de mim mesmo
e do mundo

o mundo só existe
a cada palavra que digo
a cada frase que se diz
encerrando-me
libertando-me
uma e outra vez

há nesta loucura
uma enorme tranquilidade
incomensurável
inapelável
peixe água lago
espanto primordial

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

LINGUAGEM




Dentro de uma caixa está uma caixa que está dentro de outra caixa que está dentro de uma caixa que tem uma caixa dentro.

Dentro de que caixa ficaste?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

CONFISSÃO




Não sou uma pessoa triste. A tristeza nunca encontrou em mim terreno fértil. No entanto, muitas pessoas dizem que me acham triste, sem dúvida porque não discuto as minhas tragédias ou a dos outros e não me rio de piadas alarves. A dificuldade que as pessoas sentem em compreender-me só é comparável à dificuldade que eu sinto em compreender as pessoas.

Diz-se que os portugueses são pessoas tristes, e eu concordo, mas acho que não é tanto por serem especialmente sensíveis à tristeza ou não conseguirem alegrar-se, mas muito mais por gostarem de falar de coisas tristes e tirarem prazer da desgraça dos outros e da sua própria.

Seja como for não sou uma pessoa triste, o que não quer dizer que não conheça a infelicidade, mas a tristeza nunca encontrou em mim espaço para ficar: assim como entrava, assim saía. Não tive uma infância muito alegre, mas lembro-me de momentos em que fui feliz; sofri desgostos de amor, mas também amei e fui amado, ainda que por breves instantes; a maior parte do tempo não fui quem quis ser mas nunca pensei seriamente em matar-me.

Nunca chorei verdadeiramente a não ser de raiva, mas isso entristecia-me um pouco e esforcei-me por matar em mim essa raiva. A tristeza traz a infelicidade e disso estou eu salvo, porque sempre fui assim, não completamente imune à tristeza, mas quase impermeável aos seu efeitos, porque uma coisa é sentir tristeza e outra é ser dominado por essa tristeza. Há pessoas que morrem de tristeza, isso nunca me acontecerá. Assim como nunca perderei a cabeça de alegria.

Um excelente poema, disse-me um poeta meu amigo, e ele sabia do que falava, ri e chora ao mesmo tempo, e eu percebo bem o que ele quer dizer. A tristeza e a alegria são indissociáveis.

Não sou uma pessoa triste, a tristeza não se agarra a mim; assim como não sou uma pessoa alegre, quase nunca rio e raramente me entusiasmo até às lágrimas com o que quer que seja.

Mas não ser alegre não me entristece, da mesma forma que não ser triste não me alegra.

Não sou muito diferente das outras pessoas.

Conheço a infelicidade. Conheço a felicidade.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Talvez

Talvez não sejamos nós a escolher os livros que lemos, os sonhos que sonhamos, os amores que vivemos. Talvez sejam eles que nos escolhem.

Afinal de contas não somos nós que escolhemos a vida, é ela que nos escolhe, tal como a morteMas podemos sempre escolher entre a vida e a morte. Só podemos escolher a morte.

domingo, 9 de outubro de 2011

Filme negro





O detective particular corria sempre perigo de morte: todas as mulheres que encontrava eram mulheres fatais.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

POEMA ESCRITO NA ESPLANADA DO MAKTOSTAS, DE UMA VEZ SÓ EM CADERNO DE FOLHA LISA E MAIS TARDE LIGEIRAMENTE RETOCADO


Um homem profusamente tatuado (com
um pequeno chapéu preto na cabeça
rapada, mas isso não vem ao caso)
fala com uma mulher que o olha com
indiscutível amor

Admiro-me com a extensão das
tatuagens do homem (visível devido
ao seu reduzido vestuário)
mas o que mais me espanta
é o facto

de a mulher (que mostra tanta pele quanto
ele) não ter uma única tatuagem à vista
e fico a pensar se verdadeiramente
se completam se verdadeira
mente se amam.

poema ditado para o gravador durante um passeio junto à ria de Faro - décima versão

não temas a morte
não a desafies

podes espernear
podes entregar-te

faças o que fizeres
a vida é sempre
transitória

a escolha é tua
faz o que quiseres

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

SIMPLICIDADE II

Escrevo sempre a direito
evitando com cuidado
as metáforas.
Para quê complicar?
as palavras já são
metáforas.

Não escrevo para dizer
o mundo
escrevo porque não
o consigo
dizer

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

SIMPLICIDADE

Nada é simples quando se trata de palavras. 
Quando se trata de palavras até a palavra simples é complicada.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O TAMANHO DAS COISAS

Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade. A gente só descobre isso depois de grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade. (...) Se a gente cavar um buraco ao pé da goiabeira do quintal, lá estará um guri ensaiando subir na goiabeira. Se a gente cavar um buraco ao pé do galinheiro, lá estará um guri tentando agarrar no rabo de uma lagartixa. Sou hoje um caçador de achadouros da infância. Vou meio dementado e enxada às costas cavar no meu quintal vestígios dos meninos que fomos (...).

(Manoel de Barros. Memórias inventadas, a Infância)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

PASSO A PUBLICIDADE

DA NATUREZA HUMANA



Gostava tanto de cães que tinha dez, tratados como autênticos príncipes. No entanto, como detestava ouvi-los ladrar, furou-lhe os ouvidos e cortou-lhes a língua.
E depois?
Depois os vizinhos, estranhando o silêncio, denunciaram-no ou, se preferirem, deram à lingua, e o final foi tão óbvio que nem o conto.
É assim a natureza humana.

domingo, 2 de outubro de 2011

exercício de ironia

A mesma fonte, citada pela edição online da BBC, concretizou que as 700 pessoas faziam parte de um grupo maior que estava a atravessar a ponte a partir de Manhattan, depois de terem estado acampados à porta da bolsa de Wall Street durante duas semanas, como forma de protesto contra a crise económica e financeira e a especulação dos mercados.

A polícia assegurou, contudo, que só deteve elementos que estavam a provocar um clima desordeiro. Os manifestantes desfilaram desde o Zucotti Park à ponte de Brooklyn e a polícia deteve centenas de pessoas quando obstruíram o trânsito num dos canais de acesso à ponte.

Estávamos apenas aqui parados, dizendo o que achamos, a tentar caminhar pela ponte e os polícias apareceram de uma forma tumultuosa, empenhando os seus bastões sem motivo nenhum”, contou uma testemunha no local, citada pela BBC. “Começaram a escolher pessoas na linha da frente. Qualquer um nessa posição, preto, castanho, era atirado imediatamente para o chão. Quem tivesse a cara coberta com uma fita ou mesmo quem mostrasse sinais de paz era arrastado”, acrescentou.

Além de classificarem os banqueiros como “nazis”, e de defenderem que
as pessoas estão antes do dinheiro, os manifestantes estão também contra a polícia que dizem protege os bilionários e Wall Street. 

A detenção ocorre numa altura em que várias pessoas continuam acampadas em Wall Street e quando os protestos já se estendem a outras zonas do país. Um grupo de activistas concentrou-se em Washington, a capital federal dos Estados Unidos, adiantou a AFP e há também pessoas em Los Angeles.

Na sexta-feira a polícia já tinha detido 20 pessoas durante uma manifestação em Massachusetts, onde participaram 3000 pessoas, que decidiram ocupar alguns escritórios em Boston pertencentes ao Bank of America. Em São Francisco os protestos decorreram frente às instalações do Chase Bank, mas só houve seis detenções
.

Nesse mesmo dia cerca de duas mil pessoas protestaram em Nova Iorque contra os efeitos da crise económica, desfilando desde a zona de Wall Street até ao quartel-general da polícia da cidade.

confrontar: AQUI

LER E ESCREVER

conheço duas formas
perfeitas e seguras
de sair de mim
dentro de mim:
ler-me e
escrever-me.

MICRO FORMAS LITERÁRIAS

A sugestão de José Eduardo Lopes espreito o twitter de Jose Luis Zarate e confirmo que o desejo de finitude na escrita só é comparável com o seu desejo gémeo de infinitude. Como me acontece muitas vezes quando quero pensar alguma coisa, escrevo uma pequena história.

Concentrou todo o seu saber e sentir num pequeno conto que queria supremo e definitivo. Depois escreveu-o de novo uma e outra vez, vezes sem conta, tentando continuamente aperfeiçoá-lo. Quando quase desistia percebeu que já tinha escrito mais de mil e uma páginas e continuou.

EXCELENTE o blog Micro-Leituras.

Cruzeiro Seixas

 Ouvir.