... a poesia é a abertura nua que não se pode delimitar, a intimidade mais pura e mais selvagem de algo que não podemos traduzir ou determinar segundo os esquemas da compreensão racionalizante. Todavia, o poema não é um enigma. Ele é evidente na sua obscuridade ou na sua claridade ofuscante. O poema é uma manifestação da origem ou, por outras palavras, da Vida absoluta, e por isso mesmo é um mistério real. O leitor, tal como o poeta, é um ego que não tem outra luz além daquela que o poema projecta sobre si."
António Ramos Rosa
A Parede Azul - Estudos sobre poesia e artes plásticas
Caminho - colecção universitária