Procuro palavras
Encontro silêncios
Pequenos nadas
Abafados Fulgurantes
Prenhes de promessas
Na lousa da insónia
Arrisco palavras
Pouco a pouco
Resgatadas
Ao esquecimento
E dessa massa rica
E informe
O poema destaca-se
E nasce
De parto natural
Alimentado de silêncios
Vestido de palavras
Mistério que a si mesmo
Se surpreende
O poema vive
Fecho os olhos
Respiro fundo
O poema adormece
Lentamente
E eu também
Como se nada
Tivesse acontecido
Que fosse digno
De qualquer
Registo