quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O PRIMEIRO POEMA

Não foi o primeiro poema que escrevi, mas foi um dos primeiros, e ontem, para minha surpresa, foi-me dito na esplanada do Maktostas.

EU

Em mim existem
sempre
dois lados
que se afirmam
e se negam.
E com tal intensidade
o fazem
que muitas vezes
acredito ser eu
apenas o
vazio que
os separa

[Poema Poema, Antologia de Poesia Portuguesa Actual, Aullido, Revista de Poesia, 15]

Curiosamente, num poema tão curto como este, ainda hoje tenho dúvidas se não deveria excluir a palavra "sempre" da segunda linha e a palavra eu da frase "acredito ser eu". Às vezes penso que sim e outras que penso que não, mas o poema é esse e não lhe vou mexer.

Cruzeiro Seixas

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