Chegou-me (finalmente) às mãos, pelas mãos do próprio autor, o último (e segundo) livro de poesia de Tiago Nené, Polishop, em edição bilingue, integrando a colecção Palabra Ibérica (que inclui também um livro meu), editada pelo Ayuntamento de Punta Umbria.
Como me dizia um amigo um dia destes, também eu faço parte do grupo daqueles que gostam mais de ler do que falar/discutir o que lêem. Fique pois claro que não existe qualquer intenção crítica nas palavras que se seguem: elas surgem apenas da necessidade que sinto de dizer que este livro me surpreendeu (de forma positiva) e dar conta (de forma breve) dessa surpresa.
Conheço o Tiago Nené já há alguns anos e tenho seguido o que tem vindo a escrever e, mesmo assim, ou talvez por causa disso, este livro surpreendeu-me.
Surpreendeu-me pela diversidade - o que não quer dizer falta de coerência - do material poético que contém - o Tiago (e cito de cor) dizia que são experiências e não poemas (e rimos os dois).
Surpreendeu-me pelo risco (pela coragem) que espreita a cada poema, por um certo encantamento desencantado (ou desencantamento encantado) em relação à poesia e à própria arte poética.
Surpreendeu-me ainda por me encontrar neste livro (que é todo do Tiago - risos), no título de um poema, no corpo de outro e numa citação que abre ainda outro.
Por último, já quase me esquecia, uma nota sobre o titulo do livro (Polishop) que tanto diz sobre si mesmo, como bem salienta José Carlos Barros no prefácio.