Não sei ao certo porque estou a escrever-te agora. Para ser franca, poucas vezes pensei em ti desde que aqui cheguei. Mas, de repente, depois de todo este tempo, sinto que há qualquer coisa para dizer e, se não o escrevo rapidamente, a minha cabeça rebenta. Não importa se o vais ler. Nem sequer importa se eu o vou mandar - partindo do princípio de que isso era possível. Talvez se resuma a isto. Estou a escrever-te porque tu não sabes nada. Porque estás longe de mim e não sabes nada.
No País das Últimas Coisas, Paul Auster