não tenho nada para dizer
que não possa dizê-lo com ações.
Escrever, para um escritor,
dizia alguém,
é agir,
o que quer que isso signifique.
É um fim, e não um meio, ou talvez
seja o contrário,
não sei.
Percebo o que isto quer dizer,
mas não tento sequer
explicá-lo,
pela simples razão que explicá-lo seria
complicá-lo,
e eu tento sempre ser simples.
Não escrevo para dizer-me,
escrevo,
apenas,
nada mais;
talvez para escutar o que assim digo,
talvez para aceitar o que assim digo,
talvez para tudo interrogar
ou então apenas escutar-me
e afinal dizer-me,
como qualquer leitor.
O que me interessa não está
aquém das palavras,
mas além delas.
Por isso é que leio,
por isso é que escrevo,
por estrita necessidade,
e nada mais .