sábado, 11 de dezembro de 2010

carta aberta

Só tem convicções aquele que não aprofundou nada.
Emile Cioran

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O Paulo Ferreira respondeu-me e eu também lhe respondo.


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Antes de mais, obrigado pela resposta. Em segundo lugar, do meu ponto de vista, confirmas o meu espanto, ao confirmares a necessidade que sentes, não de desprezar classificações (rótulos) para os teus textos, mas apenas o rótulo (classificação) de microficção. Até parece que o único "rótulo" limitativo em literatura é o de microficção.
Que fique claro que não tenho qualquer interesse em classificar o que quer que seja, apenas estranhei que entre todas as classificações, os autores (alguns) que escrevem textos breves logo se esforcem tanto por negar essa (e apenas essa).
Afirmas que uma das coisas que te faz recusar a catalogação do que escreves na microficção é a existência de vários “escritores” que se intitulam microficcionistas.
As aspas em escritores são tuas, o que parece indicar que esses que se intitulam microficcionistas não são, para ti, escritores.
Devo confessar que não sei quem são esses que se intitulam microficcionistas, só sei, porque tu o dizes, que não são escritores.
Tu, se bem percebi, escreves afinal microficção, mas não és microficcionista.
Tudo bem. Que uma coisa fique bem clara, eu não quero rotular o que quer que seja, nem frascos nem pessoas nem textos.
Talvez eu me tenha explicado mal, mas tentei escrever o mais claro possível, e o que escrevi está escrito.
Mais uma vez obrigado e tudo de bom para ti.


Cruzeiro Seixas

 Ouvir.